O vidro é um material nobre e intemporal, sólido e elegante. É um clássico na decoração, na arquitetura e no design de interiores e não precisa de muitos argumentos para nos convencer.
A sua grande versatilidade deve ser apontada como uma das características distintivas. O vidro pode ser encarado como um material construtivo ou ser trabalhado a uma ínfima escala permitindo um trabalho decorativo mais minucioso.
O facto de ser facilmente reciclável fez com que se mantivesse no topo das preferências de novos designers que não dispensam a sua utilização como material integrante em criações de grande modernidade.
A sua presença percorre a história das artes decorativas, encontrando sempre novas aplicações a nível residencial ou em espaços de trabalho. Os ‘open spaces’, que hoje em dia proliferam enquanto forma de organização espacial no trabalho podem ser locais privilegiados para a projeção de peças de mobiliário e acessórios em vidro.
A amplitude visual e a leveza que confere aos espaços de trabalho, são sinónimo de qualidade e bem-estar. Também no setor residencial, quando pensamos na decoração de uma área relativamente reduzida, os poucos m2 que possamos ter disponíveis numa sala, ou num escritório, serão potencializados se nesse espaço projetarmos uma mesa de apoio, de refeições ou até uma consola com tampo ou estrutura em vidro.
Vale no entanto a pena mencionar que no último ano, a transparência cedeu algum do seu protagonismo ao vidro fumado. O ‘smoked glass’ está de volta, em memória aos bons anos 70, e dizem os gabinetes de tendências internacionais, que este desejado regresso não é inocente. “Acontece para nos poupar de sermos confrontados com uma realidade difícil de enfrentar como é aquela que atravessamos.”
E no meio desta vaga de reedição ‘neo-retro’, não são poucas as marcas, em especial as italianas, que reeditaram no último ano os seus clássicos de vidro transparente num misterioso e elegante vidro fumado, na maioria das vezes cinza ou preto. Falamos da Glas Itália, que além de tudo explora a cor nas suas propostas.
O vidro foi também a base de criação para os franceses Ronan e Erwan Bouroullec, que com a Venini, desenharam, em edição limitada, um modelo de iluminação de mesa para a Establishment & Sons.
Chama-se ‘Lighthouse’ e de certa forma faz-nos de recordar a chama das antigas lamparinas de azeite, através do globo em vidro soprado que fica assente na base deste modelo criado por uma das duplas de designers mais premiadas e promissoras da atualidade.
Assim se desenha a solidez, a intemporalidade, a nobreza e a elegância do vidro.