No século XXI a supremacia da imagem é inegável e tem inspirado diversos designers a tirar o máximo partido desta realidade e a explorar uma nova geometria.
A era da imagem e do digital em que vivemos, tem sido uma fonte de inspiração crescente para um grupo de designers e marcas que se deixam contagiar por uma nova geometria desenhada a partir dos pixels, os pontos que em conjunto formam uma imagem digital.
São estes criadores que projectam nas suas propostas um jogo gráfico sobredimensionado. É como se dissecássemos cada imagem, zoom após zoom, levando o nosso olhar a penetrar cada um desses pontos. Esse jogo de cor e luz, elevado ao expoente máximo, resulta de uma espécie de decomposição gráfica da imagem. Cada ponto é ampliando num exercício gráfico que encerra em si mesmo uma dose de irreverência muito própria.
Durante o exercício lúdico que fazemos, sentimo-nos conduzidos numa teia de cor, aleatória e descontínua, que no final nos vai ajudar a compor uma imagem. Foi o que fez o designer espanhol Cristian Zuzunaga para a congénere marca de tapetes Nani Marquina, ao assinar a colecção de tapetes ‘Digit’ que figura no último catálogo da marca.
De resto, esta proposta vem no seguimento de outras colecções do criador catalão, noutros campos da criação artística, incluindo marcas de design de moda e peças que figuraram para venda no espólio de variadas colecções, como uma das últimas organizadas pela Tate Gallery de Liverpool, durante o ano passado, intitulada “Colour Chart: Reinventing Colour, 1950 to Today.”
A geometria dos quadrados é também explorada no último catálogo da Missoni Home. A equipa de decoradores da QuartoSala testemunhou isso mesmo ao presenciar em Itália nos novos padrões da colecção Bouquet, com motivos que nos transportam para esse universo tecnológico da imagem digital, e de um mundo quase virtual da 'pixelmania'.
