Quais serão os objetos de desejo na próxima década, que materiais e formas nos ajudarão a criar as atmosferas que iremos vivenciar ana nossa casa?
Já se sabe como vai ser a casa do futuro. Ironicamente ela já existe, e está apetrechada das últimas funcionalidades tecnológicas ao serviço da segurança e do conforto. É uma casa inteligente onde quase tudo se controla à distância de um click.
Será também esta ‘soft technology’ que se vê espelhada na decoração e no design de interiores da próxima década?
Nesse futuro próximo, que materiais e que formas nos ajudarão a criar as atmosferas e os objetos que vão povoar a decoração das nossas casas?
Não é com uma bola de cristal na mão que fazemos este exercício. Basta estarmos atentos aos laboratórios de experiências em que se transformaram muitas das plataformas de reflexão das principais feiras de decoração e design de interiores um pouco por todo o mundo.
É aqui que encontramos alinhados os vários tubos de ensaio, onde em teste estão os embriões dessas novas tendências.
Os objetos e as peças que deles vão nascer têm no seu ADN, uma dose q.b. de tecnologia, e várias de respeito pela memória dos materiais e pela matéria bruta ou reciclada. Daqui florescem ambientes poéticos e objectos com formas orgânicas e puras, e com uma estética depurada e essencialista, própria de quem tem inerente à sua concepção uma forte mensagem ecológica.
De resto, o ‘Techno-natural’ e o ‘hand made’ ou o são os chavões que melhor nos ajudam a descrever esses objectos e os ambientes onde eles se encontram.
Falamos do respeito pelo saber artesanal, que valoriza o trabalho manual e reduz o impacto negativo da indústria no ambiente, e pelo uso da tecnologia ao serviço de um design de interiores que vai tentar tirar o maior partido possível da natureza no seu estado puro.
O consumidor exige a criação de espaços para estar e viver em perfeita harmonia com os valores ecológicos sem prescindir do tão ansiado conforto que é sinónimo do nosso tempo, e que nos permite projetar na nossa casa todas as características que fazem parte do universo pessoal de cada um.
No futuro, todas as informações que farão parte da nossa esfera privada serão transportadas numa pen, simbolizando o caminho de acesso a um mundo só nosso.
A designer Constance Guisset idealizou nesse mundo uma espécie de coexistência pacifica ou encontro poético entre um peixe e um passáro. O objeto criado chama-se ‘Duplex’ e é uma gaiola de pássaros sobreposta num aquário.