A arte da azulejaria mantém-se como uma das expressões artísticas mais fortes do nosso país.
Resultado da influência Árabe na Península Ibérica, desde o século XVI que o azulejo é produzido de forma quase continua em Portugal. Foi tanto empregue em território nacional como levado além mar para o antigo império luso: de África a India passando pelo Brasil. Esta influência resistiu durante 5 séculos e propagou-se a outras manifestações artísticas para além da própria azulejaria e arquitetura de edificios. No design de mobiliário, a marca lusa Boca do Lobo orgulha-se de colocar no seu catálogo um aparador e um armário com azulejo pintado à mão que homenageiam e refletem toda a herança deste passado histórico. Nem sequer é inocente o nome desta coleção de edição limitada. Chama-se Heritage, e tem se transformado num dos ícones da marca portuguesa. No Brasil o trabalho da conceituada artista plástica Adriana Varejão espelha também essa influência, cruzando-a por vezes com uma leitura antropológica mais crua. A artista carioca que tem mais de 20 anos de carreira e é também reconhecida internacionalmente, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas nos mais importantes museus de arte contemporânea do mundo. Inaugurou em 2008 um pavilhão com obras suas no Centro de Arte Contemporânea de Inhotim, em Minas Gerais. Aí Adriana Varejão assina dois conjuntos de obras com azulejos, um dos quais uma enorme serigrafia. Para a artista plástica, "os painéis de azulejaria costumam ser considerados arte decorativa. A interferência do olhar sobre eles pode transformá-los em linguagem. Fragmentar, editar, eleger, redefinir, fazem parte do processo artístico. ", Adriana Varejão