A avaliar pelo que presenciámos recentemente, na grande mostra “Light and Building”, que decorreu de 11 a 16 deste mês, em Frankfurt, a partir de agora nada será como dantes no mundo da iluminação.
O certame marcou um ponto de viragem no que no futuro poderão vir a ser as expectativas dos consumidores de artigos de iluminação.
Sendo visto como um vilão esbanjador de energia, este sector tem vivido um conflito para o qual só agora se vislumbra uma solução plausível.
Se por um lado, assistimos a uma afirmação enquanto disciplina promissora e autónoma dentro do universo do design de interiores, temos pelo contrário os movimentos ecológicos em alerta continuo contra os gastos injustificados e os exageros de alguns projectos que fazem uso de uma multiplicidade desnecessária de equipamentos consumidores de energia.
Esta contradição deu origem ao que desde já podemos chamar de “alterações civilizacionais”, cuja erradicação da lâmpada incandescente de 100 Watts, dentro da Comunidade Europeia desde Setembro passado, poderá ter sido o primeiro passo de uma série de outros desenvolvimentos.
Mesmo que para alguns seja visto como apenas simbólico, este é um marco inicial, no processo de procura de novos caminhos tecnológicos capazes de resolver as questões ambientais mais prementes.
Nesta edição da feira “Light and Building”, vemos o resultado desta nova orientação global, com uma alargada mostra do que poderá vir a ser a iluminação do futuro.
Por isso, assistimos à recuperação de marcas de equipamentos de iluminação do final do séc. XX, que são agora relançados com a utilização de tecnologia LED, conferindo-lhes uma nova vida e um interesse redobrado.
Mas há também a registar a existência de novos criadores emergentes, como é o caso do alemão Ben Wirth, que se preocupam em conceber novos equipamentos a partir da tecnologia Led, trabalhando em estreita colaboração com os fabricantes de lâmpadas, e desenvolvendo equipamentos de última geração.
Estamos a pensar debaixo de uma nova filosofia de utilização da luz dentro dos projectos de design de interiores. Dentro desta óptica, reutilizamos a luz sem pudor nem má consciência ecológica. E não deveremos ficar por aqui, os próximos anos devem trazer-nos mais surpresas neste sentido. É o que se pode chamar de “contributo consciente do mercado para um futuro sustentável”.