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Mobiliário e sofás com costas altas

11/10/2010
Contra as ideias pré concebidas, assistimos ao crescimento de uma nova corrente que tira partido do mobiliário de grandes proporções que nunca se adaptariam a uma casa com um pé direito convencional.

Quando falamos de mobiliário e sofás com costas altas, falamos de soluções que nos transportam para um universo de fuga e evasão.  A volumetria de costas altas no mobiliário de interiores representa uma oportunidade de redefinir o nosso espaço.

 

Nos centros das principais capitais europeias, estamos a assistir à reconversão de grandes armazéns pertencentes a fábricas e zonas industriais desativadas, que se estão a transformar em novos espaços habitacionais.

 

É uma outra forma de viver perto do coração das cidades, ultrapassando os preços proibitivos das rendas que habitualmente aí se praticam.

 

Este ‘movimento migratório’ está a afetar sobretudo camadas da população com uma cultura urbana cosmopolita e informada que projecta no espaço onde vive uma outra liberdade. Esta atitude irreverente abre caminho a uma arquitetura de interiores que recupera e multiplica a utilização de espaços amplos com generosos pés direitos.

 

É o que vemos com a proliferação de lofts em novos condomínios residenciais. De resto, se tradicionalmente os lofts eram emblemáticos de uma cultura ‘low budget’, hoje são palco de grande conforto e da utilização de novos materiais e tecnologias.

 

O resultado desta contaminação positiva- da arquitetura de interiores com amplos pés direitos, em alguns casos duplos- abre a porta a uma outra volumetria evidenciada nos equipamentos de interiores.

 

Contra as ideias pré concebidas, assistimos ao crescimento de uma nova corrente que tira partido do mobiliário de grandes proporções que nunca se adaptariam a uma casa com um pé direito convencional.

 

Sofás, poltronas e cadeiras de costas altas estão silenciosamente a entrar nos catálogos de marcas internacionais de mobiliário como a Moroso, Baxter, Vibieffe ou Sancal. São estes os protagonistas de uma forma diferente e subversiva de preencher o espaço.

 

Se assim é em termos físicos, em termos sensoriais, esta tendência para o desenho de peças com costas desmesuradamente altas responde também à atual conjuntura sociológica.

 

Intuitivamente estamos a voltar ao casulo, a recuperar a ideia de envolvência, proteção, abrigo, refúgio e isolamento que nos conforta nos tempos de convulsão e incerteza que atravessamos.