PT EN FR

Thinqs
Magazine

Minimalismo mas nem tanto

09/03/2009
Não se pode negar que o minimalismo se instalou na decoração de interiores. Mas não é um minimalismo puro ou fundamentalista de outros tempos que a favor de uma estética despojada sacrificava o conforto.

Não se pode negar que o minimalismo se instalou na decoração de interiores. Mas não é um minimalismo puro ou fundamentalista de outros tempos que a favor de uma estética despojada sacrificava o conforto.

 

Longe vai a época em que se seguia à risca as formas simples como profissão de fé na arquitectura ou no Design de interiores, como foi no inicio dos anos 40 quando o arquitecto Mies van Der Rohe, chamado do pai do minimalismo, aplicou radicalmente a corrente ao desenho das casas e das formas rectas.

 

O que vivemos hoje na decoração e design de interiores é antes um minimalismo revisto que não deve ser seguido de uma forma ortodoxa, como qualquer profissão de fé. É um minimalismo que recusa o acessório e o supérfluo, mas que se conjuga com um simulacro de conforto que dá atenção e valoriza o detalhe das criações.

 

Enquanto a peça única e o fabrico artesanal são tendências crescentes no design de interiores, encaradas agora como um retorno às origens e a uma forma um tanto quanto minimalista de vida, a verdade é que hoje as formulas de que nos rodeamos para construir os nossos espaços são cada vez mais ecléticas: a simplicidade conjuga-se com o adorno e as linhas rectas convivem pacificamente no mesmo espaço com as formas redondas.

 

O protagonismo é dividido entre o regresso de um barroco mais tímido e arrefecido e um minimalismo q.b.

 

Porque é de cruzamento e conjugação de estilos de que falamos, a tendência é desenharmos espaços interiores onde um aparador ou uma consola de formas rectilíneas se conjuga com um papel de parede com formas rebuscadamente barrocas e opulentas, ou com um lustre mais excêntrico.

Cada peça exprime a sua personalidade e justifica a própria existência pela utilização que fazemos dela.

 

O que deve imperar é o bom senso e a capacidade de cruzar os estilos sem ferir susceptibilidades, conseguindo alcançar a tão desejada harmonia no espaço, cruzando as linhas rectas e depuradas com as formas redondas e opulentas. Afinal minimalismo sim, mas nem tanto.