Vidro e pedra, alumínio e madeira natural, madeira e pele, plástico e madeira. De tantas combinações possíveis, de materiais e acabamentos, nasce a inspiração dos designers para criar peças a que a QuartoSala decidiu apelidar de Material Mix.
Não deixa de ser design industrial, mas o cunho que está ‘impresso’ em cada uma destas criações, Material Mix, sugere-nos um ideal de experimentação, de produção artesanal, de acabamento manual e de reaproveitamento e valorização da matéria utilizada.
Parecem ser muitas as conclusões assim retiradas, depois de um primeiro olhar da equipa de decoradores da QuartoSala sobre aquilo a que decidimos rotular de ‘Material Mix Design’. Mas não serão conclusões precipitadas, afinal até as podemos contextualizar no tempo e no espaço que vivemos hoje.
RECICLAR é a palavra de ordem, no design, na produção artística em geral, e em quase tudo. Numa atitude económica e ecologicamente responsável reciclamos os materiais que já serviram, que tiveram outro uso, e que decidimos conscientemente recolocar em acção.
A norte-americana Emeco é isso que faz. As cadeiras da coleção Lancaster respiram esse ADN ecológico. São feitas a partir de alumínio reciclado, polido e assente em pés de madeira de freixo. Os acabamentos são manuais e o cruzamento dos materiais quebra a monotonia do que poderia ser uma simples cadeira de madeira, ou mais uma cadeira de alumínio que poderíamos encontrar no extenso catálogo da marca.
É no cruzamento das matérias-primas e na diferenciação dos acabamentos que descobrimos o valor acrescentado desta coleção.
Outro exemplo: A coleção Steelwood dos premiados irmãos Bouroullec para a Magis. Uma criação de 2008 baseada numa estrutura em metal que é suportada por elementos de madeira e que mereceu este ano o prémio Compasso d’Ouro, o mais importante prémio do design italiano que reconhece e promove o design de melhor qualidade.
A estética destas criações reporta-nos para um valor que responde aos ideais ecológicos que hoje defendemos e exigimos a qualquer indústria: O fim do desperdício, o reaproveitamento da matéria, e um comportamento de consumo muito mais responsável e responsabilizado. Numa perspetiva histórica, esta mistura de materiais será, com certeza, uma das características que marcará o design de mobiliário dos próximos anos.
Será como confessou um dos designers referenciais da atualidade, Jean Marie Massaud, apelidado de ‘retro-modernista'. “Estamos a criar novos clássicos quando tentamos comprometer e harmonizar o design com uma atitude responsável e ecologicamente sustentável”.
Uma ‘improvisação’ bem estudada e pensada ao pormenor que irá conferir à decoração um caráter contemporâneo.