Assistimos ao florescimento de uma nova geração de criadores cuja obra está centrada na essência da matéria. Neste caso falamos de um jovem designer alemão com um atelier instalado em plena floresta negra do sudoeste da Alemanha.
É nesta zona recondita que Lars Zech se dedica há cerca de uma década à recuperação e transformação da madeira, reconvertendo o tronco de árvores ancestrais em esculturas e peças de mobiliário. Aliás é como escultor da madeira que Lars Zech se apresenta nas maiores feiras de decoração e design de interiores por onde passa, mostrando o seu trabalho e recebendo a boa receptividade de uma nova corrente de consumidores que numa atitude conscientemente ecológica, reclama e aprecia o regresso à nobreza da matéria-prima no seu estado mais puro.
Não será por isso de estranhar que o trabalho de Lars Zech esteja a ser tão valorizado e reconhecido internacionalmente como um novo exemplo do chamado 'Eco design'. O caráter artesanal das suas peças tem agregado o valor inestimável que evidencia a memória dos materiais.
Os bancos, as taças de madeira sobredimensionadas e as próprias esculturas têm uma imagem imponente própria do objecto que nasce do prolongamento de um tronco de um carvalho ou de um olmo com mais de 300 anos de história. Lars recupera essa madeira de árvores moribundas, abatidas devido a doença, velhice ou catástrofes naturais que de alguma forma ditaram a sua morte.
É o tronco destas árvores que em regra dita, por exemplo, o diâmetro com que se vão desenhar as taças e os bancos que este artesão apresenta nas suas criações. A imponência destes objetos espelha a essência da matéria-prima e o respeito que o criador evidencia por ela.