A indústria do mobiliário percebeu toda a potencialidade do novo papel que os homens representam na vida familiar, e em resultado dessa evolução as cozinhas estão a masculinizar-se.
Lembra-se quando os seus pais estavam à procura de casa? A opinião da mulher sobre a cozinha era um importante barómetro para saber qual a escolha final da família. Hoje não é bem assim: o retrato do homem moderno está cada vez mais próximo do papel que até há pouco tempo atribuíamos quase exclusivamente às mulheres.
As tarefas domésticas de um e de outro confundem-se: eles cuidam dos filhos, preocupam-se com a casa e participam nas escolhas que até aqui eram mais valorizadas pelo universo feminino.
É por este motivo que as cozinhas estão a transformar-se em divisões unisexo. As opções das marcas estão a recair sobre materiais altamente tecnológicos, como o Corian ou o cimento. A madeira está também a voltar, mas muito mais sofisticada, com novos acabamentos e sistemas de impermeabilizações.
As cozinhas modernas quase se assemelham a escritórios: o branco deu lugar ao cinza e a tonalidades mais intensas como o preto. As funcionalidades, muitas vezes escondidas, são ultra sofisticadas. Um micro ondas encastrado na parede ao lado de um ecrã LCD, é quase um gaget que faz a delícia de qualquer homem que se preze. Não se admire, por isso, se vir algum a escolher uma cozinha tão empenhado como quem escolhe um ‘home cinema’, ou até mesmo um automóvel.
Na verdade, esta revolução no mobiliário de cozinha está a seguir uma trajectória algo semelhante à da indústria automóvel: a sofisticação dos materiais e a funcionalidade aliada a uma estética quase de vanguarda pode ser uma lição para quem desenha uma cozinha.
Será que em breve estaremos a renovar essa divisão da nossa casa como quem troca de carro, sempre à procura do último modelo no mercado.