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Design: Peças que encaixam

18/11/2010
Design de interiores sob o tema do encaixe ou o poder criativo de quem pensa nas peças de design como o resultado da reprodução de uma estrutura nuclear até à sua exaustão.

Peças que encaixam, ou o poder criativo de quem pensa nas peças de design como o resultado da reprodução de uma estrutura nuclear até à sua exaustão.

  Ganhamos espaço e funcionalidade e mais espaço e mais funcionalidade.  E assim poderíamos continuar multiplicando esta ideia vezes sem conta, tantas, ou quase tantas, quantas nos permite este conceito da mul-ti-pli-ca-ção em que se baseiam estas criações.  

No fundo é disto que se trata. Os designers ampliam os limites da criatividade não temendo as limitações de espaço. Pelo contrário, é muitas vezes esta multiplicação dos elementos centrais, que nos permite fazer uma perfeita gestão do espaço físico disponível, criando novas áreas de funcionalidade.

 

E assim, entramos também num jogo lúdico semelhante àquele em que embarca uma criança com um puzzle ou uma caixa de lego na mão. Não construímos uma cidade, nem reproduzimos a imagem de uma paisagem, mas “edificamos”, peça a peça, uma estrutura de dimensão variável que no final resume uma continuidade com pleno sentido.

 

É como se de uma rede se tratasse, dado que estamos a falar de um conjunto de peças com uma ligação entre si. Tal como a estante ‘Net’ da Lago. A marca italiana de mobiliário descreve-a como um sistema completamente livre através do qual usamos módulos com uma largura de 40 cms assentes nuns pinos, que ligam esses módulos entre si, dando-nos a possibilidade de construir uma estante em função dos nossos desejos e necessidades de arrumação e definição do espaço. Podemos até um dia acordar com uma inspiração diferente e decidir desmontar ou desencaixar os módulos e usar cada um como uma unidade de arrumação independente. Neste caso, ao dividirmos o espaço, multiplicamos a sua funcionalidade.

 

A liberdade de escolha que esta modularidade permite, vem estimular não só a criatividade de quem aposta no design de mobiliário, mas também no design de outras peças. É o caso dos tapetes ‘System 2 D’ da polaca Moho que seguindo esta mesma linguagem desenhou uma coleção modular de tapetes de feltro. Cada módulo tem uma dimensão de 65x65 cms que vamos conjugando à medida da nossa vontade. De acordo com esta proposta, nascem modelos de tapetes com a dimensão que corresponde à imagem que tínhamos idealizado e que pode ser reconstruída a qualquer momento, criando uma peça completamente personalizada.