PT EN FR

Thinqs
Magazine

Design multifunções

14/12/2010

Dizem os grandes economistas dos tempos modernos que uma ideia, um produto ou um conceito para ser bem sucedido não pode ser só uma coisa.

A ‘fast food’ já não pode ser só uma forma rápida, simples e barata de respondermos à necessidade básica de nos alimentarmos, a boa  ‘fast food’  tem de ser saudável.

No design de interiores, e no chamado ‘good design’ (quando a função se sobrepõe à forma), o objeto deve cumprir a função principal ou primária para o qual foi pensado, e idealmente acrescentar algo mais.

O mesmo é dizer que um sofá poderá não ser só uma peça de mobiliário onde nos sentamos, pode ser também uma estante. Um biombo não será só um separador de ambiente, pode também servir para colocarmos à vista aquelas mensagens importantes que não podemos esquecer. Uma mesa de apoio pode ser também uma floreira. Uma banheira não é só mais um equipamento de casa de banho, pode também ser um suporte de arrumação onde colocamos tudo o que nos possa fazer falta durante aqueles minutos de relaxamento diário.

Se por um lado este design multifunções nos facilita a vida no uso diário que fazemos dos objetos e das peças que escolhemos para a decoração da nossa casa, por outro, ele responde às necessidades crescentes de espaço. Na verdade, e em especial nas grandes cidades, as casas estão a ficar mais pequenas, apelando à criatividade dos designers que aceitam o desafio de desenhar peças com uma personalidade multifacetada também em resposta à escassez de m2 disponíveis.

 

Prosseguindo nesta contextualização do design multifacetado ou multifunções, podemos ainda ir mais além e sublinhar que estas peças de design reflectem toda a versatilidade, mobilidade e flexibilidade que nos é exigida a nós, na conjuntura económico-laboral em que nos movemos.

Vemos esta tendência em casa, mas também no escritório. Uma evidência disto mesmo é o recente prémio atribuído pela indústria do design à coleção ‘My Box’ da marca Suiça Bigla Office que arrecadou um ‘Red Dot Design award’ na categoria de melhor produto do ano.

Tudo isto são razões para defendermos que, se noutros tempos dizíamos que nada é exactamente o que parece, hoje continuamos a dizer que nada é o que possa parecer à primeira vista, mas sobretudo para dizermos, e em voz alta, que nada tem de ser só uma coisa.