Quanto não vale a inspiração de preparar iguarias numa cozinha moderna, bem planeada e com um ambiente especial, algo que transcenda o mero óbvio da super-funcionalidade?
Não é por acaso que nos dias em que vivemos, a culinária se transformou numa disciplina tão atrativa.
Uma legião cada vez maior de “gourmets”, adeptos das mais recentes, inovadores e diversas tendências culinárias emerge em pleno ambiente urbano.
A culinária deixou de ser assunto apenas reservado ao universo feminino, e o nível de sofisticação e especialidade da culinária tornou-se num hobby para ser vivido de preferência a dois.
Mas nem sempre o habitat de todas estas actividades evolui ao mesmo ritmo. Quantos de nós não deixámos para trás o cuidado com a decoração da cozinha?
Já desde Charlotte Pérriand, assistente de Le Corbusier em plenos anos 30, que a ideia mais avançada era abrir as cozinhas para as salas, integrando as atividades das donas de casa na vivência dos que estão tranquilamente na sala.
Agora que o papel dos homens em casa se assemelha em definitivo ao das mulheres. As preocupações são mais de ordem emocional, focando-se na criação de ambientes mais personalizados, mais encenados, onde o conforto e estímulo visual começam a ser valores determinantes.
É dentro deste tipo de preocupações que gostaríamos de destacar Daniele Lago.
Ela foi um dos destaques na última edição da Feira de mobiliário de Milão, onde a QuartoSala testemunhou, ao vivo, o que de melhor se faz nesta matéria.
As criações de Daniele Lago são uma verdadeira inovação em termos de mobiliário para cozinhas, estabelecendo todo um novo conceito revolucionário para o que ela chama de “cozinha-não-cozinha”.
Este conceito é um corte radical com o passado, dando valor a uma chamada quarta dimensão, conseguida através da disposição orgânica dos armários e bancadas de cozinha, sugerindo formas pouco usuais, como animais ou nuvens.
Mas não é só o aspecto lúdico que distingue este lançamento da Lago. É toda uma sofisticada tecnologia que permite tirar partido de modernos materiais como o vidro lacado de cores apelativas. Tudo isto em composições em que o aspecto de suspensão é explorado ao máximo.
O resultado traduz-se na diluição dos espaços e em estimulantes ambientes que transcendem o próprio conceito de cozinha tradicional.
