Estaremos todos a ficar nostálgicos, ou o revivalismo é uma das tendências de consumo do momento? Será este regresso ao passado um ato gratuito ou consciente?
Dizem os especialistas em estudos comportamentais de consumo que em tempo de incerteza, arriscamos pouco e nos refugiamos nos valores seguros, nas marcas e nas peças que nos transmitem uma ligação emocional com o passado.
Também por isso, as reedições de qualidade são uma aposta segura das marcas, em especial em momentos cíclicos da história como aquele que atravessamos.
Se assistimos nos anos 60, por todas as revoluções e convulsões sociais que se viveram, à explosão do plástico e ao consumo desenfreado e massificado do design, hoje no final da primeira década do novo milénio, olhamos o mercado com uma nova perspetiva de futuro e as marcas de design, sobretudo italianas e escandinavas, fazem ressuscitar o génio criativo de autores como Pierre Paulin, Arne Jacobsen, Verner Panton, entre outros.
Hoje, quando falamos em reedições, estamos a sublinhar a necessidade de recuperação das ideias estruturantes que estiveram na base do design de mobiliário e iluminação de qualidade que fez história nessas décadas de 50, 60 e 70.
Em 2010 a reedição de peças de design é sinónimo de intemporalidade e de recuperação de uma modernidade que, à época, teve uma atitude visionária, atitude essa que veio permitir que as peças mais emblemáticas estivessem sempre à frente do seu tempo.
São exemplos, a ‘Egg chair’ de Arne Jacobsen, reeditada com novos padrões em 2008, a ‘Orange Slice’ de Pierre Paulin, que a fazer 50 anos está a ser neste momento editada pela Artifort também com novos padrões e acabamentos, em edição limitada.
Estas são reedições com novos ‘looks’, mas há casos de reedições fieis ao original, como o ‘Puff Borelax’ de Cini Boeri, 1967, que continua em produção pela mão da Arflex, ou o ‘Candeeiro 1227’, que celebra vigorosamente este ano o 75º aniversário da britânica Anglepoise.
Num artigo sobre reedições, não deixamos passar o nascimento de uma coleção de tapetes da alemã Designercarpets que no início deste ano comprou os direitos autorais de desenhos pertencentes a nomes históricos do design, já desaparecidos, e com eles lançou uma nova coleção de tapetes de autor, já disponível na QuartoSala.